6 condições que atrapalham a eficácia de uso do pulverizador agrícola

6 condições que atrapalham a eficácia de uso do pulverizador agrícola

July 14, 2023

6 condições que atrapalham a eficácia de uso do pulverizador agrícola

Na agricultura, os defensivos agrícolas são produtos essenciais para o controle de pragas e doenças. No entanto, a eficiência de aplicação não depende apenas do produto. Há vários fatores que atrapalham a eficácia do uso do pulverizador agrícola e que devem ser considerados.

Entre as condições que mais influenciam no uso do pulverizador agrícola, merecem destaque o clima, o alvo desejado, tipo de produto, falta de capacitação , volume e preparação da calda e escolha dos bicos  de pulverização.

Assim, mesmo diante das muitas tecnologias, estes são fatores que exercem significativa influência sobre a qualidade da aplicação.

No artigo de hoje convidamos você a entender quais são as 6 condições principais que podem atrapalhar a eficácia do pulverizador agrícola.

1. Condições climáticas

Um dos principais objetivos do uso de um pulverizador agrícola é garantir que o produto atinja o alvo. 

Contudo, condições climáticas, como a elevada temperatura e baixa umidade relativa do ar, podem reduzir a eficácia da aplicação. 

A temperatura elevada, por exemplo, aumenta o potencial de evaporação das gotas de pulverização. Normalmente a velocidade de evaporação de uma gota de água é duplicada se a temperatura aumenta de 20 °C para 30 °C, que seria o limite para realizar a aplicação.

Fatores como a umidade relativa e a velocidade do vento também influenciam a eficiência do uso do pulverizador agrícola, reduzindo a longevidade da gota na superfície foliar. 

Por isso, recomenda-se que a aplicação somente ocorra nas seguintes condições:

  • Umidade relativa do ar: mínima de 60%;
  • Velocidade do vento: de 3,0 a 10 km/h;
  • Temperatura: abaixo de 30ºC.

2. Falta de conhecimento sobre o alvo

Quando utilizamos um pulverizador agrícola, buscamos alcançar um alvo. Basicamente, o alvo é aquilo que foi escolhido para ser atingido no momento da aplicação de um defensivo (planta, solo, inseto e doença).

Quando não se tem conhecimento sobre qual é o alvo biológico, o agricultor não saberá em qual estágio o alvo (inseto, fungo ou daninha) está, e se ele será mais ou menos suscetível ao defensivo escolhido.

Podemos tomar como exemplo o caso do controle de adultos do bicho-furão (Ecdytolopha aurantiana), que se escondem, durante o dia, no interior da planta, exigindo que a calda de pulverização atravesse toda a camada de folhas, para atingi-los.

Já quando a aplicação ocorre ao anoitecer (quando se inicia seu período de revoada) o contato com a calda de pulverização será facilitado, consequentemente os volumes de calda serão menores nesse período.

3. Tipo de produto

Mesmo menos comum, ainda há produtores que não utilizam o produto certo para o alvo identificado. Por exemplo, usam inseticidas para combater fungos e vice-versa.

Assim, o agricultor deve entender que os produtos são classificados como: 

  • Herbicidas - destinados ao controle de plantas daninhas; 
  • Inseticidas - utilizados para o controle de insetos e; 
  • Fungicidas - utilizados quando o alvo de controle são as doenças.

Além disso, a pressão de vapor do produto precisa ser considerada. Um produto que possua uma elevada pressão de vapor tem um maior risco de sofrer volatilização. Consequentemente, há uma maior chance de ocorrer a deriva.

4. Falta de capacitação técnica  

Um erro ainda comum no uso de um pulverizador agrícola é ainda a falta de capacitação técnica.

Independentemente do equipamento adotado, operadores sem a  devida capacitação  não conseguirão aplicar corretamente os métodos escolhidos. Também não saberão analisar dados e operar as máquinas de modo eficiente. 

Por isso, o investimento da capacitação da sua mão de obra é sempre um requisito que eleva a eficácia do uso do pulverizador agrícola.

5. Volume e preparação da calda

O volume de calda é um dos fatores que mais influenciam na deposição uniforme de gotas nas folhas, afetando diretamente na quantidade total de gotas produzidas. Dessa forma, a quantidade utilizada é uma variável que, quando não testada, pode comprometer a cobertura desejada e afetar a eficácia de controle.

Definir o volume ideal da calda e sua respectiva preparação envolve vários aspectos. Devem ser levados em consideração o índice de área foliar, alvo e o produto que vai ser trabalhado.

Com herbicidas, por exemplo, é possível trabalhar com um volume de calda menor, mas com gotas mais grossas. 

No entanto, quando a necessidade for a aplicação de um inseticida e fungicida, não se pode diminuir o volume de calda para não perder em cobertura, reduzindo um pouco do tamanho da gota para atingir melhor o alvo.

6. Escolha de bicos  de pulverização errados

Em qualquer pulverizador agrícola, os bicos  de pulverização são os elementos mais importantes, pois a vazão do líquido e o tamanho das gotas dependem dessa peça . Não acertar a escolha delas é um erro bastante grave. 

Cabe ao bico  a função de criar e dispersar as gotas em certa posição visando atingir o alvo biológico com o máximo de eficácia. A imagem abaixo representa bem isso:

(Fonte: Jacto)

Dessa forma, a seleção de bicos  do pulverizador serve para adequar o pulverizador ao tipo de aplicação que será realizada.

Os critérios para seleção correta dos bicos  são: 

  • Condições ambientais no momento da aplicação; 
  • Tipo de produto utilizado; 
  • Alvo que se deseja atingir; 
  • Volume de calda pulverizado

Fatores que devem ser considerados ao usar um pulverizador agrícola

Como você pode acompanhar, a pulverização inadequada pode gerar custos adicionais em virtude do desperdício de produtos e redução de eficácia.

Por isso, alguns fatores devem ser levados em conta no momento do uso de um pulverizador agrícola:

  • Alvo e área de aplicação: qual o objetivo do procedimento? Qual o local onde o alvo se encontra na planta? .
  • Clima: Como estará a temperatura, velocidade do vento e umidade do ar no momento da aplicação?
  • Cobertura e volume: Você definiu corretamente a proporção entre cobertura e volume de produtos aplicados?
  • Bicos de pulverização: Qual é o bico mais adequado para cada situação? Cada item tem aplicabilidades diferenciadas, exigindo a escolha daquele que mais se adéqua aos seus objetivos.
  • Capacitação técnica  da mão de obra. O operador está devidamente capacitado  para operar um pulverizador agrícola e identificar possíveis falhas durante a operação?

Também é importante utilizar soluções tecnológicas que sejam inovadoras e eficientes na área de monitoramento das aplicações agrícolas. 

Essas tecnologias podem, por exemplo, gerar um relatório de aplicação. Este é um mapa dinâmico onde são apresentados todos os cálculos e índices referentes aos arquivos de voo e georreferenciamento/topografia.

Aproveite este conteúdo e entenda como a preparação do solo pode impactar na eficiência da pulverização agrícola.